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segunda-feira, 16 de novembro de 2009

O perfume mais caro do mundo



Este é o perfume mais caro do mundo!

Claro que vai entrar no Guiness dos Records. Por um preço de 136 mil euros, os clientes dos famosos armazéns Saks, da Quinta Avenida, em Nova York, podem levar para casa a edição "Imperial Majesty" da fragrancia "Nº 1 for Women", do desenhador britânico Clive Christian.
É o mesmo perfume que, segundo rezam as crónicas, a atriz Katie Holmes escolheu para aquele dia em que disse "sim" a Tom Cruise.
Cada encomenda deve ser feita com antecedência e é entregue num frasco de cristal da firma Baccarat com diamantes brancos incrustados e fragmentos de ouro de 18 quilates.
Para bolsos mais modestos, os grandes armazéns também dispõem de um recipiente mais pequeno, de 29 mililitros, em forma de vaporizador, ao preço de 1.600 euros e, ainda, uma variante de 49 mililitros em que o perfume está menos concentrado e custa 590 euros.
Segundo declarou Karen Wolter, das lojas Saks, ao jornal "Daily News", os fregueses endinheirados têm dificuldade em resistir à compra de um tal produto e que há quem o adquira a título "de investimento".
Por seu turno, Clive Christian, o criador da fragrancia, reconheceu que quando idealizou o perfume não levou em conta o seu custo final, tendo adiantado que o produto contém gotas de baunilha fermentadas em Tahiti e que os peritos definem como a mistura ideal de limão, baunilha, cardamomo, jasmin, bergamota e cravo.
A fragrancia também tem uma versão masculina, composta à base da sândalo da India.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Perfume - Uma história com milênios (Parte 2)

Durante a Alta Idade Média, a utilização do perfume vai cair em desuso, não só pela desorganização econômica que então se viveu, mas também pelo estilo de vida mais austero da sociedade ocidental.As Cruzadas vão reavivar o interesse pelo perfume, com os cavaleiros a trazerem para a Europa os aromas exóticos desenvolvidos pelos Árabes. Os Árabes eram nessa altura possuidores de uma florescente indústria de perfumes, com conhecimentos provavelmente herdados dos Persas. Detinham o monopólio comercial em todo o Próximo e Médio Oriente e foram eles os inventores do alambique, que permitiu uma nova forma de destilação. No século X, o famoso físico árabe Avicena descobriu o processo de destilar o óleo das pétalas de rosas. Esta essência, diluída em água, torna-se a água de rosas, o primeiro perfume moderno.
Também por essa altura, inventa-se o álcool, que irá revolucionar a indústria dos perfumes. O primeiro perfume com álcool, o "Água da Hungria", surge em 1370, e deve o seu nome à rainha Isabel da Hungria.
No final século XII, em França, o rei Filipe Augusto autoriza a constituição da corporação dos luveiros-perfumistas em Grasse. Esta associação das luvas com o perfume faz um certo sentido, pois o processo de curtição das peles não era o mais adequado, e os luveiros eram obrigados a servir-se do perfume para disfarçar o mau cheiro do couro. Durante os próximos séculos, será Grasse a capital europeia do perfume, e ainda hoje conserva essa antiquíssima tradição.
No século XIV, o flagelo da Peste Negra descobre outra utilidade para o perfume, com algumas fragrâncias a prometerem protecção para a epidemia. Os mais ricos sentiam-se assim mais protegidos, mas nem por isso morriam em menor número.
Com o Renascimento, vulgariza-se de novo a utilização do perfume, que começa a ganhar a dimensão de um produto de grande consumo. Os hábitos de higiene é que são cada vez mais descurados, e o aroma do perfume utiliza-se para disfarçar os maus odores. Na época barroca achava-se inclusivamente desnecessário o banho, uma vez que a existência do perfume permitia dispensá-lo. Para o mau hálito, receitava-se a ingestão de anis, funcho e cominho logo ao pequeno-almoço, e cardamomo e alcaçuz se a intenção fosse seduzir uma jovem. Os cabelos podiam ser aromatizados com a ajuda de almíscar, cravo-da-índia, noz-moscada e cardamomo.
No final século XVIII, o perfume começa a ser associado à sedução e até mesmo ao erotismo, e, já século XIX, a história deste produto passa a caminhar lado a lado com a da moda, numa parceria que se mantém até hoje. A própria literatura reflecte a importância social do perfume, e não há donzela que se preze que não deixe ao seu amado um lenço perfumado.
No final do século XIX, com o desenvolvimento da indústria química, multiplicam-se as fragrâncias e começam a aparecer os aromas sintéticos, que simulam os naturais e permitem embaratecer o produto, tornando-o acessível a cada vez mais pessoas.
Nos loucos anos 20 do século XX aparece a primeira grande marca de perfumes, o Chanel nº 5, resultado de uma equilibrada combinação de rosas, jasmim e aldeídeos. O Chanel nº 5 representa igualmente uma ruptura com os anteriores métodos de fabrico e comercialização do perfume: o frasco ganha cada vez mais importância, e a imagem associada ao perfume torna-se tanto ou mais importante que o seu conteúdo.
A partir daqui, uma história de sucesso imparável. Hoje há perfumes para todos os gostos, idades, estados de espírito e condições meteorológicas, numa indústria que movimenta milhões de euros, mas que deixa muitos narizes felizes.

Perfume - Uma história com milênios (Parte 1)

Desde os primórdios da humanidade que a procura de aromas diferentes e agradáveis, e a consequente utilização de essências de plantas, faz parte da história da civilização.
Pensa-se que a arte da perfumaria se terá iniciado ainda na Pré-História, quando o homem primitivo aprendeu a fazer o fogo e descobriu que certas plantas libertavam fragrâncias agradáveis quando queimadas. Os primeiros perfumes terão pois surgido sob a forma de fumo, o que é aliás confirmado pelo próprio étimo "Perfume", que deriva do latim "Per fumum" ou "pro fumum", significando "através do fumo".

A queima de plantas raras e resinas aromáticas estava em geral associada a cerimónias religiosas, sobretudo aos sacrifícios rituais de animais, em que serviria para disfarçar os odores incomodativos do animal morto. Com este objectivo eram utilizados o sândalo, a casca de canela, as raízes de cálamo, bem como substâncias resinosas como mirra, incenso, benjoim e cedro do Líbano.

Na civilização mesopotâmica, o ato de perfumar era tido como um ritual de purificação. Por esse motivo, os homens tinham a obrigação de oferecer perfumes às mulheres durante toda a vida.

Os Hebreus também utilizavam o perfume na vida cotidiana e no culto. Uma das suas fórmulas está registada na Bíblia, no livro do Êxodo, capítulo 30. A composição utilizava quatro ingredientes naturais, muito empregados nos dias de hoje, mas de forma mais refinada: mirra, cinamono, junco odorífero, cássia e óleo de cálamo aromático.

Requintes


Os Egípcios foram o primeiro povo a fazer uma utilização sistemática do perfume. O seu fabrico era considerado uma graça de Deus, sendo por isso confiado aos sacerdotes, que utilizavam os perfumes diariamente no culto ao deus-sol.
Mas começa também a generalizar-se a utilização pessoal do perfume, tendo para isso os Egípcios criado um original sistema, pequenas caixas que se usavam atadas na cabeça e que continham uma fragrância que se dissolvia lentamente perfumando o rosto. Tinha também a função de afastar os insetos.
A rainha Cleópatra, ela própria autora de um tratado de cosmética infelizmente perdido, untava as suas mãos com óleo de rosas, açafrão e violetas - o kiafi - e perfumava os pés com uma loção feita à base de extractos de amêndoa, mel, canela, flor de laranjeira e alfena.
Até os mortos, durante o processo de embalsamamento, eram ungidos com essas misturas. Quando o túmulo do rei Tutankámon foi aberto, encontraram-se no seu interior maravilhosos vasos de alabastro que conservavam ainda a essência perfumada que havia sido colocada neles há cerca de 5 mil anos.

A refinada civilização grega importava perfumes de diferentes partes do mundo, sendo os mais apreciados e caros os oriundos do Egito. Mas também criaram uma técnica própria de perfumaria, chamada maceração, em que o óleo vegetal ou a gordura animal eram deixados durante algumas semanas em repouso juntamente com flores, para lhe absorver os óleos essenciais.
Há 2400 anos, certos escritos gregos recomendavam hortelã-pimenta para perfumar braços e axilas, canela para o peito, óleo de amêndoa para mãos e pés, e extrato de manjerona para o cabelo e as sobrancelhas.
O uso do perfume foi levado a um tal extremo pelos jovens que o legislador Sólon chegou a proibir a venda de óleos fragrantes.
Tal como os gregos, os Romanos eram grandes apreciadores de perfume, usando-o nas mais diversas situações. Como resultado das suas conquistas militares, os Romanos foram assimilando não só novos territórios, mas também novas fragrâncias, procedentes das suas campanhas em terras distantes e exóticas, aromas desconhecidos até então, como a glicínia, a baunilha, o lilás ou o cravo. Também adoptaram o costume grego de preparar óleos perfumados à base de limão, tangerinas e laranjas.
Esta paixão pelo perfume esteve na origem do aparecimento do poderoso grémio dos perfumistas, os famosos e influentes ungüentarii, que fabricavam três tipos de unguentos: sólidos, cujo aroma contava com um único ingrediente de cada vez, como a amêndoa ou o marmelo; os líquidos, elaborados com flores, especiarias e resinas trituradas, num suporte oleoso; e perfumes em pó, feitos com pétalas de flores que depois se pulverizava e aos quais se juntavam certas especiarias.
Os nobres romanos possuíam inclusivamente escravos para os massajarem e untarem com essências perfumadas e era costume os soldados perfumarem-se antes de entrar em combate.
Conta-se que Nero, no século I d. C., na organização de uma festa, gastou mais de 150 mil euros, em valores actuais, em essências para si mesmo e para os convidados. E, no enterro de sua mulher Pompeia, gastou o perfume que os perfumistas árabes eram capazes de produzir num ano. Chegou ao extremo de perfumar até as suas mulas.
Também a tradição cristã está na sua origem associada ao perfume. Lembremos que uma das oferendas que os reis magos trouxeram ao menino Jesus foi o incenso.